A guitarra
faz soluçar os sonhos.
O soluço das almas
perdidas
foge por sua boca
redonda.
E, assim como a tarântula,
tece uma grande estrela
para caçar suspiros
que boiam no seu negro
abismo de madeira.
Às vezes fazemos coisas
Que não queremos fazer,
Talvez por existir
Um pingo de esperança
Esperança essa que nem sempre
Nos faz bem
Nos leva para o caminho certo
Às vezes amamos intensamente
Às vezes sonhamos os mais belos sonhos
Às vezes até odiamos
com a mesma intensidade que amamos
Mais o certo é que,
Nem sempre
“Às vezes” dura um só momento
Às vezes os “Às vezes” podem
Durar eternamente!
Nem sempre.
Amor de mis entrañas, viva muerte, en vano espero tu palabra escrita y pienso, con la flor que se marchita, que si vivo sin mí quiero perderte.
El aire es inmortal. La piedra inerte ni conoce la sombra ni la evita. Corazón interior no necesita La miel helada que la luna vierte.
Pero yo te sufrí. Rasgué mis venas, tigre y paloma, sobre tu cintura en duelo de mordiscos y azucenas.
Llena, pues, de palabra mi locura o déjame vivir en mi serena noche dei alma para siempre oscura.
Tradução
O poeta pede a seu amor que escreva-lhe
Amor, que a vida em morte em mim convertes,
espero em vão tua palavra escrita
e, flor a se murchar, meu ser medita
que se vivo sem mim quero perder-te.
É infinito o ar. A pedra inerte
nada sabe da sombra e não a evita.
Íntimo, o coração não necessita
do congelado mel que a lua verte.
Por ti rasguei as veias às dezenas,
tigre e pomba, cobrindo-te a cintura
com luta de mordiscos e açucenas.
Tuas palavras encham-me a loucura
ou deixa-me viver minha serena
e infinda noite da alma, escura, escura.