Sobre a exaustão das retinas

Já não me diz nada um por do sol em Cancun
e um coqueiro em alto-mar já vagou por protetores
de tela demais para me causar qualquer sensação
de bem-estar; os casais parisienses que habitam
calendários já não me dão sequer vontade
de ir a Paris assim como não me comovem
mais as crianças de Sebastião Salgado, nem
a menina que foge do ataque do napalm
e que em breve estampará cangas e biquínis;
as imagens estão gastas e não há nenhuma
que erga pontes como a palavra que.

(Gregório Duvivier)



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Categoria: Poesia |
| Postado em: 22.12.13

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