Como me apresento ao mundo

Sobre esta capa parda de órgão morto
Tenho uma armadura de um orgulho besta
E uma leitura vã enfeitada de pedras rubras
De sangue coagulado e acidez de espírito

Frágil monumento empestado de estantes
Equalizadas em mármore e poeira
Frágil à brisa quem vem do sul
Nas correntes martísticas de cartas de amor

Susceptível à praga à doença à solidão
Rígida ao tocar do susto alheio
E aos bichos sarnos que vêm do chão
E do poder público

Ah, intransponível jactância
Que nem nos portões da cidade de prata
Brilhará alguma forma envergonhada
De luz pobre e esfomeada

Meu elmo de existência falha.
Onde nada passa e tudo pergunta
Nada deixo fluir
A não ser o Devir

E só aquela que amo pode me ferir.

(Poeta Bastardo)



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Categoria: Poesia |
| Postado em: 2.01.12

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