Como me apresento ao mundo
autoria: Poeta Bastardo
Sobre esta capa parda de órgão morto
Tenho uma armadura de um orgulho besta
E uma leitura vã enfeitada de pedras rubras
De sangue coagulado e acidez de espírito
Frágil monumento empestado de estantes
Equalizadas em mármore e poeira
Frágil à brisa quem vem do sul
Nas correntes martísticas de cartas de amor
Susceptível à praga à doença à solidão
Rígida ao tocar do susto alheio
E aos bichos sarnos que vêm do chão
E do poder público
Ah, intransponível jactância
Que nem nos portões da cidade de prata
Brilhará alguma forma envergonhada
De luz pobre e esfomeada
Meu elmo de existência falha.
Onde nada passa e tudo pergunta
Nada deixo fluir
A não ser o Devir
E só aquela que amo pode me ferir.
(Poeta Bastardo)