Colinas de Mississippi: Meu Epitáfio

Distantes colinas azuis, nas quais me agradei
na primavera seguinte com pés de prata e manto
do dogwood floridos, entoando o “Lover”, Pássaro Azul,
enquanto eu vou até o fim da estrada avistada.
Que esta suave boca, moldada para a chuva,
não seja, por toda dor, mas pela áurea dor,
e que estes verdes bosques sonhem aqui com o despertar-se
no meu coração quando regresse.
E regressarei! Onde está a morte
se em estas azuis e sonolentas colinas, ali no alto,
tenho eu, como uma árvore, minha raiz? Ainda que esteja morto,
este solo que me circunda e há de dar-me alento.
A árvore ferida não alberga um verde novo para chorar
os anos dourados que gastamos em comprar dor.
Que esta seja minha condenação, esquecer,
que ainda falta a primavera para agitar e quebrar o meu sonho.

(William Faulkner)



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Categoria: Poesia |
| Postado em: 23.02.14

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